Em 1995, o Fantástico lançou um um quadro em parceria com o Inmetro para testar a qualidade de diferentes produtos vendidos no Brasil. O quatro esteve 22 anos no ar, com mais de 300 análises até 2017. E agora o quadro está de volta, com novos testes.
Neste domingo (10), o Fantástico acompanhou os técnicos do instituto durante a avaliação da qualidade dos fios e cabos produzidos e vendidos no Brasil. Veja no vídeo acima.
Aumento de incêndios por sobrecarga elétrica
Um levantamento inédito da Abracopel, a Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade, mostra que o número de incêndios causados por sobrecarga elétrica cresceu 61% entre 2018 e o ano passado. Metade dos acidentes ocorreram dentro de casa. E a grande maioria (62,7%), começou nas instalações elétricas internas.
O número de mortes também cresceu: em 2018 foram 61 mortes por sobrecarga de energia. E no ano passado foram 67 - o segundo índice da série histórica que começou a registrar os acidentes em 2013.
Normas, fiscalização e teste
No Brasil, a fabricação de cabos e fios precisa seguir normas definidas na legislação. E a fiscalização fica por conta do Inmetro - o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia.
O Inmetro coletou amostras de fios, cabos e cordões elétricos em cinco estados: Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e Pernambuco. Todos os fios estavam em lojas que vendem material de construção. O material foi lacrado e enviado para o laboratório de elétrica do Inmetro, no Rio de Janeiro.
Foram dois testes:
- No primeiro, o fio é colocado no aparelho chamado micromímetro. Ele mede a resistência elétrica em cinco momentos e a partir disso, é calculada uma média, que precisa estar dentro do padrão definido pela norma técnica brasileira. - No segundo teste, ocorreu a medição da quantidade de cobre no fio. Pela norma técnica, os cabos e fios devem ter mais de 99% de cobre, que é um condutor mais eficiente. Mas nos últimos anos, começaram a aparecer no mercado fios mais baratos, que têm cobre misturado com alumínio.
No total, 32 marcas foram analisadas: 14 amostras tiveram alguma irregularidade nos testes e estão fora dos critérios de segurança, previstos na legislação brasileira.
A marca Kotar Cable passou nos testes técnicos, mas foi considerada irregular porque não possui todas as informações exigidas na embalagem.
Os fabricantes foram notificados e as empresas tiveram prazo de cinco dias para responder. A marca Conduprime disse ao Inmetro que vai recolher os produtos irregulares das lojas e fará treinamento para se adequar a norma técnica. Os fabricantes das outras marcas não responderam ao Inmetro.
"O Inmetro aumentou a fiscalização em todas as regiões e as empresas multadas serão autuadas e a multa poderá chegar a R$ 5 milhões", informou o instituto.
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